A perspectiva do inglês como língua franca como agente de decolonialidade no Ensino de Língua Inglesa

Autores

  • Polyanna Castro Rocha Alves Universidade do Estado da Bahia - UNEB/ Universidade Federal da Bahia - UFBA
  • Domingos Sávio Pimentel Siqueira Universidade Federal da Bahia (UFBA)

DOI:

https://doi.org/10.13102/cl.v21i2.5072

Resumo

Mesmo em face da mundialidade do inglês, em que as interações em Língua Inglesa (LI) ocorrem, predominantemente, entre falantes em contextos multilíngues e multiculturais, o ensino e a aprendizagem do idioma têm seguido a lógica da colonialidade que consiste em produzir, organizar e distribuir conhecimento sob os termos e condições estabelecidos pelas forças hegemônicas. A partir desse cenário, o presente artigo pretende refletir sobre a perspectiva do Inglês como Língua Franca (ILF) como uma forma de transgredir as práticas colonialistas nas aulas de LI, uma vez que as antigas condições de relevância e adequação do ensino de Inglês como Língua Estrangeira (ILE) não mais se aplicam aos modelos pedagógicos que satisfaçam às tendências da pós-modernidade. Para tanto, para servir de base teórica, utilizamos autores como Sousa Santos (2007, 2008, 2016), Mignolo (2006a, 2006b), Castro-Goméz e Grosfoguel (2007), Walsh (2009), para expor os principais conceitos do novo paradigma epistemológico que põe em xeque a visão dominante da ciência moderna. Para estabelecer uma contraposição entre os princípios do ILF e do ILE, embasamo-nos em autores como Seidlhofer (2011), Jenkins, Cogo e Dewey (2011), Graddol (2006), além de autores que discutem as limitações dos testes de proficiência em LI como Jenkins e Leung (2016), Hall (2014), dentre outros. O texto desafia a pensar no ensino, aprendizagem e testes de proficiência em LI a partir de teorizações e rupturas epistemológicas que tendem a favorecer o enfrentamento das forças do colonialismo que continuam reverberando nas aulas de inglês.

Downloads

Não há dados estatísticos.

Métricas

Carregando Métricas ...

Biografia do Autor

Polyanna Castro Rocha Alves, Universidade do Estado da Bahia - UNEB/ Universidade Federal da Bahia - UFBA

Professora Assistente da Universidade do Estado da Bahia – UNEB, Campus VI, Caetité/BA. Doutoranda em Língua e Cultura pela Universidade Federal da Bahia – UFBA e Mestre em Língua e Cultura pela UFBA.

Domingos Sávio Pimentel Siqueira, Universidade Federal da Bahia (UFBA)

Doutor em Letras e Linguística pela UFBA. Professor Associado II do Departamento de Letras Germânicas do Instituto de Letras da UFBA.

Referências

BORELLI, Julma Dalva Vilarinho Pereira. O estágio e o desafio decolonial: (des)construindo sentidos sobre a formação de professores/as de inglês. 2018. 224f. Tese (Doutorado in Letras e Linguística) – Faculdade de Letras, Universidade Federal de Goiás, Goiânia, 2018.

CASTRO-GÓMEZ, Santiago.; GROSFOGUEL, Ramón. Prólogo. Giro decolonial, teoría crítica y pensamiento heterárquico. In: CASTRO-GÓMEZ, Santiago.; GROSFOGUEL, Ramón. (Org.). El giro decolonial: reflexiones para una diversidad epistémica más allá del capitalismo global. Bogotá: Siglo del Hombre Editores, 2007. p. 9-23.

CAVALHEIRO, Lili; GUERRA, Luis. Glossary – ELF. English as a Lingua Franca Practices for Inclusive Multilingual Classrooms (ENRICH), 2018.

DEWEY, Martin; LEUNG, Constant. English in English Language Teaching: shifting values and assumptions in changing circumstance. Working Papers in Educational Linguistics, v. 25, n. 1, p. 1-15, 2010.

GARCÍA, Ofelia; WEI, Li. Translanguaging: Language, bilingualism, and education. New York: Palgrave Macmillan, 2014.

GOMES, Fulvio de Moraes. As epistemologias do Sul de Boaventura de Sousa Santos: por um resgate do sul global. Revista Páginas de Filosofia, v. 4, n. 2, p. 39-54, jul./dez. 2012.

GRADDOL, David. English next. London: British Council, 2006.

HALL, Christopher J. Moving beyond accuracy: from tests of English to tests of ‘Englishing’. ELT Journal, v. 68, n. 4, p. 376-385, Out. 2014.

JENKINS. Jennifer. The spread of EIL: a testing time for testers. ELT Journal, v. 60, n. 1, p. 42–50, Jan. 2006.

______. English as a lingua franca: attitude and identity. Oxford: Oxford University Press, 2007.

JENKINS, Jennifer; COGO, Alessia; DEWEY, Martin. Review of developments in research into English as a lingua franca. Language Teaching, v. 44, n. 3, p. 281-315, 2011.

JENKINS, Jennifer; LEUNG, Constant. Assessing English as a Lingua Franca. In: SHOHAMY, Elana et al (Org.). Language Testing and Assessment, Encyclopedia of Language and Education. Springer International Publishing, 2016.

JORDÃO, Clarissa. ILA – ILF – ILE – ILG: Quem dá conta? Revista Brasileira de Linguística Aplicada, Belo Horizonte, v. 14, n. 1, p. 13-40, 2014.

KACHRU, Braj. Standards, Codification, and Sociolinguistic Realism: The English language in the Outer Circle. In: QUIRK, Randolph.; WIDDOWSON, Henry. (Org.). English in the World: teaching and learning the language and literatures. Cambridge, UK: Cambridge University Press, 1985. p. 11-30.

KLEIMAN, Ângela. Agenda de pesquisa e ação em Linguística Aplicada: problematizações. In: MOITA LOPES, Luiz. Paulo. da (Org.). Linguística Aplicada na modernidade recente: Festschrift para Antonieta Celani. São Paulo: Parábola, 2013. p. 39-58.

KUMARAVADIVELU, B. The decolonial option in English teaching: Can the subaltern act? TESOL Quarterly, v. 50, n. 1, p. 66-85, 2016.

MALDONADO-TORRES, Nelson. Sobre la colonialidad del ser: contribuciones al desarrollo de un concepto. In: CASTRO-GÓMEZ, Santiago.; GROSFOGUEL, Ramón. (Org.). El giro decolonial: reflexiones para una diversidad epistémica más allá del capitalismo global. Bogotá: Siglo del Hombre Editores, 2007, p. 127-167.

MIGNOLO. Walter. El desprendimiento: pensamiento critico y giro descolonial. In: WALSH, Catherine; LINERA, Álvaro García; MIGNOLO, Walter. Interculturalidad, descolonización del estado y del conocimento. Buenos Aires: Del Signo, 2006a. p. 9-20.

______. El pensamento des-colonial, desprendimento y apertura: um manifesto. In: WALSH, Catherine; LINERA, Álvaro García; MIGNOLO, Walter. Interculturalidad, descolonización del estado y del conocimento. Buenos Aires: Del Signo, 2006b. p. 83-122.

PARDO, Fernando da Silva. Decolonialidade e ensino de línguas: perspectivas e desafios para a construção do conhecimento corporificado. Revista Letras Raras. Campina Grande, v. 8, n. 3, p. 200-221, 2019.

SOUSA SANTOS, Boaventura de. Para além do pensamento abissal: das linhas globais a uma ecologia dos saberes. Revista Crítica de Ciências Sociais, n. 78, p. 3-46, 2007.

______. Do pós-moderno ao pós-colonial. E para além de um e de outro. Travessias, p. 15-36, 2008.

______. Epistemologias do Sul: desafios teóricos e metodológicos, 2016. (1h22m45s). Disponível em: < http://alice.ces.uc.pt/en/index.php/homepage-posts/video-master-class-epistemologies-of-the-south-theoretical-and-methodological-challenges/?lang=pt>. Acesso em: 26 set. 2019.

______. O fim do império cognitivo: A afirmação das epistemologias do Sul. Belo Horizonte/São Paulo: Autêntica, 2019.

SEIDLHOFER, Barbara. Understanding English as a lingua franca. Oxford, UK/China: Oxford University Press, 2011.

SILVA, Maria do Socorro Borges da. Entre as linhas abissais do pensamento e da formação, pensando práticas de educar em direitos humanos que atravesse o muro das violências e das exclusões. Linguagens, Educação e Sociedade, n. 36, p. 104-122, jan./jul. 2017.

SIQUEIRA, Sávio. Inglês como língua franca não é zona neutra, é zona transcultural de poder: por uma descolonização de concepções, práticas e atitudes. Línguas&Letras. v. 19, n. 44, p. 93-113, 2018.

WALSH, Catherine. Interculturalidad, estado, sociedad: luchas (de)coloniales de nuestra epoca. Quito: Abya-Yala, 2009.

WALSH, Catherine; OLIVEIRA, Luiz Fernandes de; CANDAU, Vera Maria. Colonialidade e pedagogia decolonial: para pensar uma educação outra. Arquivos Analíticos de Políticas educativas, v. 26, n. 8, p. 1-16, 2018.

Downloads

Publicado

2020-12-23

Como Citar

Rocha Alves, P. C., & Pimentel Siqueira, D. S. (2020). A perspectiva do inglês como língua franca como agente de decolonialidade no Ensino de Língua Inglesa. A Cor Das Letras, 21(2), 169–181. https://doi.org/10.13102/cl.v21i2.5072

Edição

Seção

Artigos em Fluxo Contínuo