A pesquisa de fontes primárias como dispositivo para descentramentos da história da literatura
DOI:
https://doi.org/10.13102/cl.v21i3.5889Resumo
No âmbito da Filologia, ao promover leitura crítica de textos, manuscritos, impressos, datiloscritos e digitais, em seus aspectos materiais e históricos, atuamos na produção de documentos, na mobilização de noções e no agenciamento de (re)leituras. Nessa perspectiva filológica, por meio de atividades de construção e interpretação do Acervo Nivalda Costa, no qual reunimos, em espaço virtual, mais de trezentos documentos do espetáculo, da censura e da imprensa, estudamos a dramaturgia de Nivalda Costa e sua atuação no teatro baiano, em tempos de ditadura militar. Atuamos (i) na preservação, documentação e difusão de textos, testemunhos da história sócio-política e artística do país; (ii) na (re)visitação e no (re)conhecimento de uma escrita e de uma mulher, colocando em cena manifestações histórico-culturais e políticas de determinada época e sociedade; (iii) no processo de representação, historicização e de (des)articulação de narrativas e de discursos; e, por conseguinte, (iv) no descentramento do cânone no que tange à dramaturgia de autoria feminina da segunda metade do século XX. Neste artigo, propomos analisar o texto teatral Anatomia das feras, parte da dramaturgia censurada de Nivalda Costa, considerando a pesquisa de fontes primárias, em acervos, sobretudo literários, como dispositivo para revisitar, reler e reescrever a história da literatura.Downloads
Métricas
Referências
ALMEIDA, Isabela Santos de; BORGES, Rosa. Edição e crítica filológica do texto teatral censurado. Revista da ABRALIN, v.16, n.3, p. 19-49, jan./abr. 2017. Disponível em: https://revistas.ufpr.br/abralin/article/view/52301. Acesso em: 10 set. 2017.
ARTE negra dá início a festival. Jornal da Bahia, Salvador, p. 3, 7 ago. 1978.
AUERBACH, Erich. Introdução aos estudos literários. Trad. José Paulo Paes. São Paulo: Cultrix, 1972.
BAHIA vai ser sede do Festival de Arte Negra. Diário de Notícias, Salvador, p. 12, 8 jul. 1978.
BORDINI, Maria da Glória. Acervos de escritores e o descentramento da história da literatura. O Eixo e a Roda: Revista de Literatura Brasileira, Belo Horizonte, v. 11, 2005. p. 15-23. Disponível em: http://www.periodicos.letras.ufmg.br/index.php/o_eixo_ea_roda/article/view/3174. Acesso em: 6 set. 2020.
BORGES, Rosa; SOUZA, Arivaldo Sacramento de. Filologia e edição de texto. In: BORGES, Rosa et al. Edição de texto e crítica filológica. Salvador: Quarteto, 2012. p. 15-59.
CHARTIER, Roger. Morte ou transfiguração do leitor? In: ______. Os Desafios da escrita. Tradução Fulvia M. L. Moretto. São Paulo: Editora da UNESP, 2002. p. 101-123.
COLLING, Ana Maria. 50 anos da Ditadura no Brasil: questões feministas e de gênero. OPSIS, Goiânia, v. 15, n. 2, p. 370-383, 2015. Disponível em: https://www.revistas.ufg.br/Opsis/article/view/33836. Acesso em: 30 nov. 2018.
COSTA, Nivalda Silva. Os roteiros teatrais Aprender a nada-r e Anatomia das feras. [Entrevista cedida a] Débora de Souza. Salvador, fev. 2011. 1 CD. Local: Biblioteca do Centro de Estudos Afro-Orientais – CEAO/UFBA.
COSTA, Nivalda Silva. Série de estudos cênicos sobre poder e espaço. [Entrevista cedida a] Débora de Souza. Salvador, out. 2010. 1 CD. Local: Biblioteca do Centro de Estudos Afro-Orientais – CEAO/UFBA.
COSTA, Nivalda Silva. Ditadura militar na Bahia. [Entrevista cedida a] Luís César Souza e Iza Dantas. Salvador, nov. 2007. 1 CD. Local: Sociedade Amigos da Cultura Afro-Brasileira – AMAFRO.
COSTA, Nivalda Silva. Anatomia das feras. [1978a], 12 folhas.
COSTA, Nivalda Silva. Anatomia das feras. 1978b, 11 folhas.
COSTA, Nivalda Silva. Anatomia das feras. 1978c, 11 folhas.
GUINSBURG, Jacó; FARIA, João Roberto; LIMA, Mariângela Alves de. Dicionário do teatro brasileiro: temas, formas e conceitos. São Paulo: Perspectiva, 2006.
LEÃO, Raimundo Matos de. Transas na cena em transe: teatro e contracultura na Bahia. Salvador: EDUFBA, 2009.
LOURENÇO, Isabel Maria Graça. The William Blake Archive: da gravura iluminada à edição electrônica. 2009. 490f. Tese (Doutorado em Letras) – Instituto de Letras, Universidade de Coimbra, Coimbra, 2009. Disponível em: https://estudogeral.sib.uc.pt. Acesso em: 20 abr. 2017.
PAVIS, Patrice. Dicionário de teatro. Tradução J. Guinsburg e Maria Lúcia Pereira. São Paulo: Perspectiva, 2008 [1996].
PEDRO [SOUSA], Deusimar Soares; SOUSA, Rosangela Aparecida Soares. Nivalda Costa, teatro baiano e Grupo Testa. [Entrevista cedida a] Débora de Souza e Carla Ceci Rocha Fagundes. Salvador, maio 2018. Formato MP3. Local: Terreiro Ilê Axé Opó Afonjá.
REIS, João José. Rebelião escrava no Brasil: a história do levante dos malês em 1835. São Paulo: Brasiliense, 1986. Disponível em: https://pt.scribd.com/doc/86759036/. Acesso em: 20 ago. 2016.
RELATÓRIO s.n. Salvador, 25 jul. 1978.
SANTOS, Boaventura de Sousa. Um discurso sobre as ciências. São Paulo: Cortez, 2008 [1987].
SOLICITAÇÃO. Salvador, 31 maio 1978.
SONTAG, Susan. Abordando Artaud. In: ______. Sob o signo de Saturno. Tradução Ana Maria Capovilla. São Paulo: L&PM, 1986. p. 15-57.
SOUZA, Débora de. Série de Estudos Cênicos sobre poder e espaço, de Nivalda Costa: arquivo hipertextual, edição e estudo crítico-filológico. Orientadora: Rosa Borges. 2019. 449f + volume digital. Tese (Doutorado) – Instituto de Letras, Programa de Pós-Graduação em Literatura e Cultura, Universidade Federal da Bahia, Salvador, 2019. Disponível em: http://repositorio.ufba.br/ri/handle/ri/29881. Acesso em: 29 jul. 2019.
SOUZA, Débora de. Aprender a nada-r e Anatomia das feras, de Nivalda Costa: processo de construção dos textos e edição. 2012. 251 f. Dissertação (Mestrado) – Instituto de Letras, Programa de Pós-graduação em Literatura e Cultura, Universidade Federal da Bahia, Salvador, 2012. Disponível em: http://www.repositorio.ufba.br/ri/handle/ri/8528. Acesso em: 14 jan. 2016.
SOUZA, Débora de. BORGES, Rosa. História e memória das resistências negras na Bahia a partir do Acervo Nivalda Costa. Acervo, Rio de Janeiro, v. 33, n. 2, p. 208-228, maio/ago. 2020. Disponível em: http://revista.arquivonacional.gov.br/index.php/revistaacervo/article/view/1564. Acesso em: 05 set. 2020.
TELES, Gilberto Mendonça. Vanguarda europeia e modernismo brasileiro: apresentação dos principais poemas metalinguísticos, manifestos, prefácios e conferências vanguardistas, de 1857 a 1972. Rio de janeiro: Vozes, 2009.
HISSA, Cássio Eduardo Viana. Entrenotas: compreensões de pesquisa. Belo Horizonte: EDUFMG, 2017 [2013].
Downloads
Publicado
Como Citar
Edição
Seção
Licença
Copyright (c) 2021 Revista A Cor das Letras
This work is licensed under a Creative Commons Attribution-NonCommercial-ShareAlike 4.0 International License.
Este trabalho foi licenciado com uma Licença Creative Commons - Atribuição - NãoComercial - CompartilhaIgual 3.0 Não Adaptada.