O corpo (u)tópico e o espaço heterotópico dos quilombolas hoje: uma análise discursiva foucaultiana
DOI:
https://doi.org/10.13102/cl.v22iEsp..7186Resumo
Neste artigo, discutimos a noção de quilombo como um espaço heterotópico para o corpo negro, tanto na sua jornada em busca de liberdade em relação ao disciplinamento do sistema colonial como na atualidade. Para tanto, analisamos dois enunciados jornalísticos e entrevistas que realizamos com dois sujeitos residentes em comunidades quilombolas do estado do Maranhão (MA). O aporte teórico-metodológico que ancora essa discussão repousa nos Estudos Discursivos Foucaultianos, assentados na proposta de análise enunciativa de Michel Foucault (2008), a qual nos possibilita empreender uma investigação com base nos princípios de regularidade, dispersão, raridade e campo associado entre enunciados. Conclui-se que o quilombo emerge no domínio da história como uma forma de buscar a liberdade em relação ao poder disciplinador colonial, mas o corpo do sujeito negro é reinscrito em espaços heterotópicos nos quais sofre formas de exclusão, violência e estigmas até o presente.
Downloads
Métricas
Referências
Alcântara pode perder projeto espacial. O Estado do Maranhão, São Luís, 16 jan. 2009, p. 1.
ALMEIDA, A. W. B. de. A ideologia da decadência: leitura antropológica a uma história de agricultura do Maranhão. 2. ed. Rio de Janeiro: Editora Casa 8/ Fundação Universidade do Amazonas, 2008.
ALVES, C. O navio negreiro. [s.l]: [s.n], [s.d]. Disponível em: http://www.dominiopublico.gov.br/download/texto/bv000068.pdf. Acesso em: 12 abr. 2021.
ARRUTI, J. M. P. A. O quilombo conceitual: para uma sociologia do artigo 68. Texto para discussão. Projeto Egbé: Territórios Negros (KOINONIA). Rio de Janeiro, 2003.
BRASIL. Decreto nº 4.887, de 20 de novembro de 2003. Regulamenta o procedimento para identificação, reconhecimento, delimitação, demarcação e titulação das terras ocupadas por remanescentes das comunidades dos quilombos de que trata o art. 68 do Ato das Disposições Constitucionais Transitórias. Diário Oficial da União: República Federativa do Brasil: Poder Executivo, Brasília, DF, 20 de novembro de 2003. Disponível em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/decreto/2003/D4887.htm. Acesso em: 12 abr. 2021.
FALCÃO, M. [et. al.]. Todo camburão tem um pouco de navio negreiro. Rio de Janeiro: Warner/chappell Edicoes Musicais Ltda, 1994. Disco compacto O Rappa (62:33 min).
FOUCAULT, M. Outros espaços. In: FOUCAULT, M. Ditos & Escritos III - Michel Foucault e a Estética: literatura e pintura, música e cinema. Trad. Inês A. D. Barbosa. 2. ed. Rio de Janeiro: Forense Universitária, 2001, p. 411-422.
______. O corpo utópico. In: FOUCAULT, M. O corpo utópico; As heterotopias. Tradução de Salma Tannus Muchail. Sao Paulo: n-1 Edicoes, 2013a, p. 7-16.
______. As heterotopias. In: FOUCAULT, M. O corpo utópico; As heterotopias. Tradução de Salma Tannus Muchail. Sao Paulo: n-1 Edicoes, 2013b, p. 19-30.
O que eram os quilombos. O Estado do Maranhão, São Luís, 20 nov. 1986, p. 9.
SCHWARCZ, L. M. O espetáculo das raças: cientistas, instituições e questão racial no Brasil (1870-1930). São Paulo: companhia das Letras, 1993.
Downloads
Publicado
Como Citar
Edição
Seção
Licença
Copyright (c) 2021 Universidade Estadual de Feira de Santana
Este trabalho está licenciado sob uma licença Creative Commons Attribution-NonCommercial-NoDerivatives 4.0 International License.
Copyright (c) 2021 Revista A Cor das Letras
This work is licensed under a Creative Commons Attribution-NonCommercial-ShareAlike 4.0 International License.
Este trabalho foi licenciado com uma Licença Creative Commons - Atribuição - NãoComercial - CompartilhaIgual 3.0 Não Adaptada.