A intimidade como espaço perigoso ou aproximação e distância como tática de resistência no manifesto Mulheres Empilhados de Patrícia Melo

Autores

  • Renata Barreto da Fonseca UFES
  • João Barreto da Fonseca UFSJDR
  • Vanessa Maia Barbosa de Paiva UFSJDR

DOI:

https://doi.org/10.13102/cl.v22iEsp..7389

Palavras-chave:

Corpo. Feminicídio. Intimidade. Distância. Manifesto.

Resumo

O romance Mulheres Empilhadas, de Patrícia Melo, experimenta vários elementos de escrita: texto jornalístico, linguagem jurídica, poemas, ficção literária, narrativas factuais, descrições e opiniões. Todo esse esforço linguístico tem por objetivo extrair de seus relatos a intensidade máxima, com a intenção de convencer o leitor da gravidade e onipresença do feminicídio. Na trama, uma advogada em São Paulo, agredida pelo namorado, viaja ao Acre, ao mesmo tempo para se distanciar da violência e para trabalhar em um projeto sobre mulheres agredidas. A partir desse deslocamento, a personagem sem nome, que representa a mulher universal, passa a pensar sobre questões relativas à violência física em relação à intimidade, à desumanização da mulher e aos processos de vulnerabilização que precarizam as relações e destroem o corpo feminino.

Downloads

Não há dados estatísticos.

Métricas

Carregando Métricas ...

Biografia do Autor

Renata Barreto da Fonseca, UFES

Possui Graduação em Língua Portuguesa e Literatura de Língua Portuguesa pela UFES (2002) e Mestrado em Linguística (2013) pela mesma instituição. É professora de Língua Portuguesa desde 2004. É revisora de obras como: Ver e contar: cinema, literatura e jornalismo, Notas sobre a FAMES e Que arte é essa? No Mestrado, desenvolveu estudos sobre: ambiguidade, publicidade e produção de sentido. Doutoranda em Linguística (2018) pela UFES, estuda os postais da artista Cristiane Reis que abordam a temática da violência contra mulheres no ES, tendo como aporte teórico os Estudos Críticos do Discurso (ECD) de base Sociocognitiva. É membro do GEDIM (Grupo de Estudos sobre o Discurso da Mídia) coordenado pela professora Doutora Micheline Mattedi Tomazi.

João Barreto da Fonseca, UFSJDR

 João Barreto da Fonseca é professor do curso de Comunicação da Universidade Federal de São João Del-Rei (UFSJ). É graduado em Jornalismo (UFES), mestre em Estudos Literários (UFES) e doutor em Comunicação em Cultura (UFRJ). É autor do livro: Ver e Contar: cinema, literatura e jornalismo. Coordenou projetos de pesquisa que relacionam cultura digital com novos modos de produção de si, incluindo questões como vigilância, tragédia urbana e narrativas.

Referências

ARISTÓTELES. Ética a Nicômaco. Tradução: Antonio de Castro Caieiro. São Paulo: Editora Forense, 2017.

AZEVEDO, Luciene. A ficção e o documento: uma leitura de Mulheres Empilhadas de Patrícia Melo e de Garotas Mortas de Selva Almada. Matraga, Rio de Janeiro. v. 28, n. 52, p. 113-127, jan. /abr. 2021.

BENJAMIN, WALTER. “A obra de arte na era de sua reprodutibilidade técnica”. In: Magia e técnica, arte e cultura: Ensaios sobre literatura e história da cultura. Tradução: Sérgio Paulo Rouanet. São Paulo: Brasiliense, 1985.

BENJAMIN, WALTER. “O narrador. Considerações sobre a obra de Nikolai Lieskov”. In: Magia e técnica, arte e cultura: Ensaios sobre literatura e história da cultura. Tradução: Sérgio Paulo Rouanet. São Paulo: Brasiliense, 1985.

BOURDIEU, Pierre. A dominação masculina. Tradução: Maria Helena Kühner. Rio de Janeiro, 2012.

BURCH, Noel. Práxis do cinema. Tradução: Marcelle Pithon e Regina Machado. São Paulo: Perspectiva, 1992.

BUTLER, Judith. Vida precaria: el poder del dulo y la violencia. Tradução: Fermín Rodrigues. Buenos Aires, Paidós, 2009.

BUTLER, Judith. Problemas de gênero: feminismo e subversão da identidade. Tradução: Renato Aguiar. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 2017.

CAPOTE, Truman. A Sangue Frio. Tradução: Sérgio Flaksman. São Paulo: Companhia das Letras, 2003.

CONTRERAS, Sandra. En torno al realismo y otros ensayos. Nube Negra. Paradoxa. 2018.

DELEUZE, Gilles. Cinema: imagem-movimento. Tradução: Stella Senra. São Paulo: Brasiliense, 1985.

DESPENTES, Virginie. Teoria King Kong. Tradução: Márcia Bechara. São Paulo: N-1. Edições, 2016.

FILMER, Robert. Patriarcha and other writings. Edited by Johann Sommerville. Cambridge: Cambridge University Press, 2000.

GIL, Fernando. Tratado da evidência. Lisboa: Imprensa Nacional/Casa da Moeda, 1996.

GIORGIO, Gabriel. Formas comuns – animalidade, literatura e biopolítica. Tradução: Carlos Nougué. Rio de Janeiro, Rocco, 2016.

HERINGER, Victor. O amor dos homens avulsos. São Paulo: Companhia das Letras, 2016.

IPEA - Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada; FBSP – Fórum Brasileiro de Segurança Pública. Atlas da violência 2019. Rio de Janeiro: IPEA, 2019.

IPEA - Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada; FBSP – Fórum Brasileiro de Segurança Pública. Atlas da violência 2020. Rio de Janeiro: IPEA, 2020.

KLEIN, Paula. “Poéticas del archivo: el ‘giro documental’ em la narrativa rioplatense reciente”, Cuadernos Líricos, 20, 2019. https://journals.openedition.org/lirico/8605 Acesso em 12/07/2021.

LERNER, Gerda. A criação do patriarcado: história da opressão das mulheres pelos homens. São Paulo: Cultrix, 2019.

LOCKE, John. Two treatises of government. Edited by Peter Laslett. Cambridge: Cambridge University Press, 2000.

MELO, Patrícia. Mulheres empilhadas. São Paulo: Leya, 2019.

PEIXOTO, Nelson Brissac. Paisagens urbanas. São Paulo: Senac, 2014.

SCHÖPKE, Regina. Por uma filosofia da diferença – Gilles Deleuze: o pensador nômade. Rio de Janeiro: Contraponto, São Paulo: Edusp, 2004.

SCHRUPP, Antje. Uma breve história do feminismo no contexto euro-americano. Tradução: Eline Alves Kraus. São Paulo: Blucher, 2019.

SAFFIOTI, Heleieth Iara Bongiovani. Gênero, patriarcado e violência. São Paulo: Perseu Abramo, 2004.

SOLNIT, Rebecca. Os homens explicam tudo para mim. Tradução: Isa Mara Lando. São Paulo: Cultrix, 2017.

VAN DIJK. Discurso e poder. 2. ed. São Paulo: Editora Contexto, 2010.

WALKER, Lenore Edna. The battered woman syndrome. 3rd ed. New York: Springer Publishing Company, 2009.

ARISTÓTELES. Ética a Nicômaco. Tradução: Antonio de Castro Caieiro. São Paulo: Editora Forense, 2017.

AZEVEDO, Luciene. A ficção e o documento: uma leitura de Mulheres Empilhadas de Patrícia Melo e de Garotas Mortas de Selva Almada. Matraga, Rio de Janeiro. v. 28, n. 52, p. 113-127, jan. /abr. 2021.

BENJAMIN, WALTER. “A obra de arte na era de sua reprodutibilidade técnica”. In: Magia e técnica, arte e cultura: Ensaios sobre literatura e história da cultura. Tradução: Sérgio Paulo Rouanet. São Paulo: Brasiliense, 1985.

BENJAMIN, WALTER. “O narrador. Considerações sobre a obra de Nikolai Lieskov”. In: Magia e técnica, arte e cultura: Ensaios sobre literatura e história da cultura. Tradução: Sérgio Paulo Rouanet. São Paulo: Brasiliense, 1985.

BOURDIEU, Pierre. A dominação masculina. Tradução: Maria Helena Kühner. Rio de Janeiro, 2012.

BURCH, Noel. Práxis do cinema. Tradução: Marcelle Pithon e Regina Machado. São Paulo: Perspectiva, 1992.

BUTLER, Judith. Vida precaria: el poder del dulo y la violencia. Tradução: Fermín Rodrigues. Buenos Aires, Paidós, 2009.

BUTLER, Judith. Problemas de gênero: feminismo e subversão da identidade. Tradução: Renato Aguiar. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 2017.

CAPOTE, Truman. A Sangue Frio. Tradução: Sérgio Flaksman. São Paulo: Companhia das Letras, 2003.

CONTRERAS, Sandra. En torno al realismo y otros ensayos. Nube Negra. Paradoxa. 2018.

DELEUZE, Gilles. Cinema: imagem-movimento. Tradução: Stella Senra. São Paulo: Brasiliense, 1985.

DESPENTES, Virginie. Teoria King Kong. Tradução: Márcia Bechara. São Paulo: N-1. Edições, 2016.

FILMER, Robert. Patriarcha and other writings. Edited by Johann Sommerville. Cambridge: Cambridge University Press, 2000.

GIL, Fernando. Tratado da evidência. Lisboa: Imprensa Nacional/Casa da Moeda, 1996.

GIORGIO, Gabriel. Formas comuns – animalidade, literatura e biopolítica. Tradução: Carlos Nougué. Rio de Janeiro, Rocco, 2016.

HERINGER, Victor. O amor dos homens avulsos. São Paulo: Companhia das Letras, 2016.

IPEA - Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada; FBSP – Fórum Brasileiro de Segurança Pública. Atlas da violência 2019. Rio de Janeiro: IPEA, 2019.

IPEA - Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada; FBSP – Fórum Brasileiro de Segurança Pública. Atlas da violência 2020. Rio de Janeiro: IPEA, 2020.

KLEIN, Paula. “Poéticas del archivo: el ‘giro documental’ em la narrativa rioplatense reciente”, Cuadernos Líricos, 20, 2019. https://journals.openedition.org/lirico/8605 Acesso em 12/07/2021.

LERNER, Gerda. A criação do patriarcado: história da opressão das mulheres pelos homens. São Paulo: Cultrix, 2019.

LOCKE, John. Two treatises of government. Edited by Peter Laslett. Cambridge: Cambridge University Press, 2000.

MELO, Patrícia. Mulheres empilhadas. São Paulo: Leya, 2019.

PEIXOTO, Nelson Brissac. Paisagens urbanas. São Paulo: Senac, 2014.

SCHÖPKE, Regina. Por uma filosofia da diferença – Gilles Deleuze: o pensador nômade. Rio de Janeiro: Contraponto, São Paulo: Edusp, 2004.

SCHRUPP, Antje. Uma breve história do feminismo no contexto euro-americano. Tradução: Eline Alves Kraus. São Paulo: Blucher, 2019.

SAFFIOTI, Heleieth Iara Bongiovani. Gênero, patriarcado e violência. São Paulo: Perseu Abramo, 2004.

SOLNIT, Rebecca. Os homens explicam tudo para mim. Tradução: Isa Mara Lando. São Paulo: Cultrix, 2017.

VAN DIJK. Discurso e poder. 2. ed. São Paulo: Editora Contexto, 2010.

WALKER, Lenore Edna. The battered woman syndrome. 3rd ed. New York: Springer Publishing Company, 2009.

Downloads

Publicado

2022-02-17

Como Citar

Barreto da Fonseca, R., Barreto da Fonseca, J. ., & Maia Barbosa de Paiva, V. (2022). A intimidade como espaço perigoso ou aproximação e distância como tática de resistência no manifesto Mulheres Empilhados de Patrícia Melo. A Cor Das Letras, 22(Esp.), 168–180. https://doi.org/10.13102/cl.v22iEsp.7389

Edição

Seção

Dossiê: Corpo e espaço: que discurso enunciam?