Corpo a força de um poder
DOI:
https://doi.org/10.13102/cl.v22iEsp..7451Palavras-chave:
Espaço. Poder. Corpo. Na colônia penal., PortuguêsResumo
A noção de pertencimento está relacionada com o espaço numa dimensão social, cultural e discursiva. O corpo é parte constitutiva dessa noção de pertencimento, pois individualiza e socializa os sujeitos na demonstração de existência. Desse modo, no texto de análise em Na colônia penal, o castigo do corpo é dilacerado pela máquina com o propósito de demonstrar o poder e a força dos que comandam e a fragilidade dos subalternos. Esse castigo corporal indica um certo desprezo pela consciência do sujeito e assim, artificializar a dor pela marca sangrenta de um espetáculo pautado em regras cujos atos neutralizam as marcas físicas, emocionais e sociais. Este artigo tem como propósito analisar o papel do corpo como símbolo dos sentimentos e das manifestações políticas de lutas do poder opressor. A pesquisa é de cunho bibliográfico, de natureza explicativa, abarcando o método teórico-analítico. Para essa discussão fundamenta-se nos trabalhos de autores tais como: Brandão (2013), Foucault (2018, 2014), Merleau-Ponty (1999), dentre outros. É importante ressaltar, que diante de um sistema opressor, nem sempre haverá mudanças. Isto porque a formação de uma sociedade está muitas vezes condicionada a ações que violam os direitos dos cidadãos, mas se normalizam com as práticas contínuas. Dentre elas, destacam-se aquelas relacionadas às políticas de execuções penais, o poder brutal no corpo e a mais relevante dentro do campo social, a ação de exclusão, que marca o sujeito de uma forma negativa, priva-o de todos os direitos e ainda tira a sua dignidade.
Downloads
Métricas
Referências
BRANDÃO, Luis Alberto. Teorias do espaço literário. São Paulo: Perspectiva, 2013.
CERTEAU, Michel de. A invenção do cotidiano – Tomo I: Artes de fazer. 3 ed. Petrópolis: Vozes, 1998.
DERRIDA, Jacques. Força de Lei: O Fundamento Místico da Autoridade. São Paulo, Editora WMF Martins Fontes, 2010.
FOUCAULT, Michel. Vigiar e punir: nascimento da prisão. Tradução de Raquel Ramalhete. 42 ed. Petrópolis, Vozes, 2014a.
FOUCAULT, Michel. Microfísica do poder. Organização, introdução e revisão técnica de Roberto Machado. – 8 ed. – Rio de Janeiro /São Paulo: Paz e Terra, 2018.
GINZBURG, Carlo. Relações de força. História, retórica, prova. Tradução de Jônatas Batista Neto. São Paulo: Companhia das letras, 2002.
KAFKA, Franz. O veredicto/ Na colônia penal. Trad. Modesto Carone. São Paulo: Companhia das Letras, 1998.
MACHADO, R. Foucault. A ciência e o saber. Rio de Janeiro: Jorge Zahar, 2006.
MERLEAU-PONTY, Maurice. Fenomenologia da percepção. 2 ed. São Paulo, 1999.
TUAN, Yi-Fu. Paisagens do medo. São Paulo: Editora da UNESP, 2005.
Downloads
Publicado
Como Citar
Edição
Seção
Licença
Copyright (c) 2022 A Cor das Letras
Este trabalho está licenciado sob uma licença Creative Commons Attribution-NonCommercial-NoDerivatives 4.0 International License.
Copyright (c) 2021 Revista A Cor das Letras
This work is licensed under a Creative Commons Attribution-NonCommercial-ShareAlike 4.0 International License.
Este trabalho foi licenciado com uma Licença Creative Commons - Atribuição - NãoComercial - CompartilhaIgual 3.0 Não Adaptada.