Da Sangria às Recordações: a constituição do sujeito e do devir-mulher na poética de Luiza Romão e Conceição Evaristo
DOI:
https://doi.org/10.13102/cl.v22iEsp..7467Palavras-chave:
Discurso. Sujeito. Devir-mulher. Luiza Romão. Conceição EvaristoResumo
O presente estudo objetiva analisar discursivamente, à luz dos pensamentos de Michel Foucault, a constituição da mulher enquanto sujeito discursivo e o conceito de devir-mulher, com base na filosofia de Deleuze e Guattari, nas obras Sangria (2017), de Luiza Romão, e Poemas de recordação e outros movimentos (2017), de Conceição Evaristo. O corpus é constituído por sequências enunciativas recortadas de poemas das obras supramencionadas. Em relação à metodologia, foram utilizados procedimentos de abordagem baseados na Arqueogenealogia de Foucault (2004, 2008, 2016, 2017), já que nos propomos a analisar criticamente e pormenorizar sobre esse sujeito inserido nas teias das relações de poder, apoiando-nos também em obras e estudos desenvolvidos por Deleuze (2011, 2019), Deleuze e Guattari (2012a, 2012b), Prado Filho (2019), Fernandes (2012), entre outros. Pôde ser percebido, especialmente, que a literatura das autoras denuncia práticas arcaicas e discursos retrógrados, como o machismo, o patriarcado e o racismo e, em consonância, funcionam como resistência dentro das relações de poder, nas quais os corpos femininos são produzidos
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