O Pasquim do Calambau: algumas considerações linguísticas sobre um manuscrito setecentista

Autores

  • Marcus Vinícius Pereira das Dores Universidade de Évora; Universidade de São Paulo

DOI:

https://doi.org/10.13102/cl.v23i2.8330

Palavras-chave:

Pasquim do Calambau, Manuscrito setecentista, Edição semidiplomática, Tradição discursiva

Resumo

Neste artigo, apresentam-se as edições fac-similar e semidiplomática do curioso manuscrito setecentista “Pasquim do Calambau” como forma de popularizar e preservar o documento original. Criado para ridicularizar o sargento-mor Manoel Caetano Lopes de Oliveira, esse pasquim – que possui forma e tema específicos a esse gênero – surge anonimamente no arraial do Calambau, termo da cidade de Mariana. Por meio do modelo de Tradições Discursivas (cf. KABATEK; SIMÕES, 2004; KABATEK, 2006, 2012; KEWITZ; SIMÕES, 2019) busca-se analisar alguns aspectos da composição, do conteúdo e do estilo desse manuscrito.

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Publicado

2022-12-28

Como Citar

Pereira das Dores, M. V. . (2022). O Pasquim do Calambau: algumas considerações linguísticas sobre um manuscrito setecentista. A Cor Das Letras, 23(2), 104–124. https://doi.org/10.13102/cl.v23i2.8330

Edição

Seção

Dossiê: Crítica Textual e Edição de Textos: diálogos com a Linguística de Corpus